14 de agosto a 17 de agosto

XVIII SEMINÁRIO INTERNACIONAL MULHER & LITERATURA

O GT da Anpoll: A mulher na literatura, fundado em 1985, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, apresenta o XVIII Seminário Internacional Mulher & Literatura, que acontecerá no período de 14 a 17 de agosto de 2019, na cidade de São Cristóvão, com a temática: Escritas de resistência, voltada para os estudos dos textos literários de autoria feminina e para a crítica literária feminista e suas intersecções na contemporaneidade.

A resistência de muitas escritoras, ao longo da história, nos chama a atenção. São feministas como Nísia Floresta, Pagu e Alina Paim, dentre tantas outras, que reforçam a importância de rejeitarmos a padronização imposta por políticas totalitaristas e pelo cânone misógino. A escrita dessas mulheres viabiliza a relevância das estratégias de regaste frente ao pensamento androcêntrico como o enfrentamento histórico de Chiquinha Gonzaga, no campo da música, e Berthan Lutz, no campo das Ciências Biológicas. O pioneirismo dessas ativistas continua a ecoar na contemporaneidade e nos convida a unirmos forças para fortalecermos os estudos literários, pela perspectiva da crítica feminista e dos estudos de gênero, visto que são diversas escritas que se projetam como lugar de questionamento do autoritarismo do repertório de gênero que desrespeita as particularidades da multiplicidade das identidades femininas contemporâneas.

Na sessão de homenagens, vamos promover reflexões sobre as obras das escritoras de Cabo Verde e de Sergipe. Do país africano, herdeiro da língua e cultura portuguesas, selecionamos as obras de: Orlanda Amarílis, Dina Salústio e Vera Duarte. Com o intuito promover a visibilidade da produção das escritoras de Sergipe, vamos privilegiar a produção de Alina Paim, Núbia Marques e Maria Lúcia Dal Farra. Essas homenageadas são muito queridas pela força de suas singularidades literárias e pela forma como exploram temas voltados para questionar os valores sociais e artísticos das sociedades de Cabo Verde e do Brasil. Os diferentes contextos históricos de suas produções pedem análises diversificadas da forma como cada uma explora as sutilezas da literatura para registrar a resistência da mulher diante das agruras da vida.

Quanto aos estudos literários, a crítica feminista trouxe um novo olhar para a produção literária ao ampliar paradigmas interpretativos e de valoração das obras por meio de diferentes abordagens que ressaltam a memória e os arquivos particulares das escritoras silenciadas pelo cânone. Essas conquistas continuam na pauta dos Estudos Literários e dos Direitos Humanos, tendo como prioridade a ampliação dos debates acerca das fronteiras identitárias que entrecruzam os debates feministas, como as questões afro-brasileiras, as criações homoafetivas e queer e, sobretudo, as abordagens que valorizam o lugar de fala dos diferentes sujeitos femininos.